segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Ocupação sustentável

O Solar da Serra foi o lugar que escolhemos para realizar o sonho da casa própria, seja como alternativa ao mercado excludente da habitação no Plano Piloto, ou como decisão consciente de tentar outra forma de habitar a cidade. Preferimos acreditar que ambas as escolhas são legítimas, que conseguiremos tornar definitivos os registros de nossas propriedades - o que hoje temos é apenas a posse. Acreditamos também que nossa ocupação pode ser reconhecida como exemplo de convívio social inteligente e respeitoso, mas, sobretudo, equilibrado e sustentável. Essa foi a motivação que nos levou a fundar, em 2005, a Associação de Moradores e Amigos do Solar da Serra - AMASS -, entidade civil sem fins lucrativos ou partidários.

Precisamos conservar vivo o Solar da Serra. Essa é a nossa convicção e esperança. Acreditamos que esse deve ser um compromisso de todos nós que o ocupamos, para evitar o que já aconteceu em outras localidades do DF, como em Vicente Pires, uma das experiências mais problemáticas de ocupação urbana de Áreas de Proteção Ambiental. Ali a ocupação parece que foi mais rápida, desordenada e predatória. A região, que antes compunha o cinturão verde do Plano Piloto com cultivo de alimentos, em 5 anos transformou-se em um labirinto de cimento. Seus "aparelhos" ecológicos (grotas, nascentes, córregos), além da fauna, estão condenados, quando já não extintos. A qualidade de vida de seus moradores ja sofre os efeitos dessa falta de planejamento urbano. Não precisa ser assim no Solar da Serra.

Por outro lado, os que moram há mais tempo no Solar já sofremos muito com a falta de investimentos, o que nos traz ainda grandes desconfortos: o crônico problema do abastecimento de água para as casas mais altas do Solar II; a falta de pavimentação das ruas e de um sistema adequado de escoamento das águas pluviais; as áreas degradadas, principalmente na região dos córregos; o transporte coletivo ainda precário e inseguro; a iluminação deficiente; a escassez de espaços e equipamentos públicos (praças, calçadas, orelhões, pontos de ônibus...); a falta de planejamento efetivo da segurança patrimonial; a falta de segurança na via asfaltada (sinalização, pintura, quebra-molas...); tratamento inadequado do lixo...

Como se vê, falta-nos muita coisa, mas até por isso mesmo deveríamos nos sentir privilegiados, pois como nossa ocupação está incompleta e já conhecemos os erros cometidos em situações semelhantes, não podemos nos dar ao luxo de errar também, até porque somos observados de perto pelo Governo e pelo Ministério Público. Por isso, todos os nossos investimentos em infra-estrutura deverão ter a marca da sustentabilidade. Pretendemos demonstrar com o nosso movimento associativo e comunitário que há soluções inteligentes e proporcionalmente mais econômicas para a melhoria do nosso patrimônio fundiário e ambiental.

Temos consciência ainda de que o nosso condomínio vive uma situação financeira muito favorável. Hoje temos cerca de 870 mil reais de saldo em nossa conta corrente. Esse resultado financeiro foi obtido, em boa parte, graças ao excelente trabalho feito pela empresa GRANLAR no processo de negociação das dívidas de condôminos inadimplentes. Basta dizer que, há cinco anos, quando a empresa assumiu essa tarefa - que lhe foi atribuída por decisão de Assembléia - nosso saldo era de apenas 5 mil reais. Mas já havia sido ainda pior, pois houve quem entregasse a administração do Condomínio com dívidas de mais de 200 mil reais.

Nossa conjuntura é muito boa, portanto. Estamos em franco processo de regularização, temos recursos para investimentos imediatos, independentemente de cobrança de novas taxas, acumulamos conhecimentos importantes sobre ocupação urbana de áreas de proteção ambiental, temos o razoável diagnóstico dos principais problemas a enfrentar, mas precisamos de algo mais. Precisamos de um projeto comum. Por isso

VIVA O SOLAR VIVO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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